Testemunho: o nascimento da Manuela (Deus está conosco)

Este é o testemunho que damos, minha esposa e eu, sobre como Deus nos acompanhou na gestação de nossa filha Manuela, que completou um ano no dia 25/04/2014. Na mesma situação, muitas pessoas não tardariam em sugerir um aborto. Deus, no entanto, é muito maior e garantiu a vida e a saúde de nossa filha, que chamamos justamente Manuela, que quer dizer “Deus conosco”. Confiar em Deus, em todas as situações, é o que de melhor podemos fazer!

Foi a nossa terceira gestação. Na primeira, tudo ia bem, até que o embrião morreu. Na segunda, após um susto inicial (um sangramento, com o qual descobrimos que a Vanessa estava grávida), tudo foi muito bem – até que, sem explicação, com seis meses nossa filha Maria Laís morreu. Tudo isso foi muito doloroso e deixou muitas marcas em nós. Não houve uma resposta unânime dos médicos a respeito do que causou as perdas, ambas de filhos saudáveis, mas a presença de trombose na placenta na segunda gestação (sem que minha esposa tivesse qualquer tendência comprovada para isso) fez a obstetra decidir pelo uso de anticoagulante. Uma cesariana recente completou os fatores para uma gestação de risco.

A gestação da Manuela já começou complicada: beta-HCG baixo, o que poderia significar ausência de embrião (só haveria saco gestacional). Assim que foi possível fazer um ultrassom, foi visualizado, além do saco gestacional, a vesícula vitelina, o que praticamente afastou esse risco, mesmo que o embrião não fosse visível. O pequeno embrião, ainda invisível para nós, foi logo consagrado à Mãe de Deus.

No segundo ultrassom, foi possível ver um pequeno embrião, saudável, com o coração batendo. Entretanto, havia também um grande descolamento, um coágulo muito maior que nossa filha. A Vanessa precisou fazer repouso. Quanto aos remédios, já utilizava tudo o que poderia ser usado, inclusive anticoagulante (aplicado diariamente na barriga, por ela mesma).

Desde o início dessa gestação, foi necessário complementar a progesterona, hormônio que sustenta a gestação até a formação da placenta. Mesmo com essa complementação, realizada na quantidade máxima possível para a situação, os níveis caíam assustadoramente, e o organismo da Vanessa já começava a expelir a complementação sem absorvê-la.

Depois,o beta-HCG começou a cair, o que poderia indicar aborto natural. Após muitos percalços para fazer o ultrassom de emergência, lá estava um embrião saudável, com o coração acelerado pelo susto que todos nós levamos. O descolamento, aliás, já havia diminuído.

Contudo, o beta-HCG e a progesterona continuaram a cair. Sentença: “essa gestação não irá progredir!” Novo ultrassom: coração do bebê batendo, descolamento desaparecido. O bebê continuava vivo, mas só havia duas possibilidades para a queda acelerada daquele hormônio: síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo 18) ou malformação abdominal. Em ambos os casos, se chegasse a nascer, o bebê logo morreria. Já havíamos nos agarrado a Deus – o mais que poderíamos fazer seria aguardar o ultrassom morfológico, que diminuiria (ou não) as dúvidas.

Nesse tempo fizemos o exame que determina o sexo do bebê pela análise do sangue materno (fragmentos do DNA da criança corre nas veias da mãe). Resultado: uma menina, que, como já havíamos decidido, se chamaria Manuela – Deus conosco!

Quando chegou finalmente o dia da ultrassonografia morfológica, soubemos que as possibilidades de malformação ou trissomia eram muito remotas! Mesmo assim, sugeriram-nos realizar um exame do líquido amniótico para estabelecer com maior certeza a probabilidade. Esse, no entanto, apresentava riscos para nossa filha, inclusive de morte. Tanto falaram dos problemas da síndrome de Edwards e de como seria importante saber se nossa filha seria portadora, que nossa cabeça estava a mil, mas não quisemos colocar nossa filha em risco por algo que não poderia ser evitado, nem prevenido. Aceitamos a nossa filha, e a colocamos nas mãos de Deus. Aliás, já poderíamos falar em milagre, porque as possibilidades de Edwards já eram remotas (uma para 2.662) e a malformação abdominal havia sido descartada.

Porém, como essa não deveria ser uma gestação tranqüila, a placenta havia se formado baixa, e havia risco de hemorragia e abortamento. A Vanessa continuou seu repouso, as semanas foram passando e os exames iam mostrando um bom desenvolvimento da nossa filha, mas a placenta continuava baixa, mesmo após o período em que poderia subir. Inesperadamente, com 27 semanas de gestação, a placenta subiu! Mais um milagre para a conta…

Logo chegamos às 28 semanas, e a gestação, que não passaria do primeiro trimestre, chegava ao terceiro com uma bebê “viável”, “com grandes possibilidades de sobrevivência” a um parto prematuro! Mesmo assim, devido ao histórico obstétrico da mãe, foi recomendado repouso até o final da gestação.

As semanas corriam, os exames passavam, a gestação evoluía conforme o esperado, até que, com 34 semanas e 6 dias, houve uma diminuição do líquido amniótico. Alarme geral! Essa bebê nascerá antes do tempo, marque-se o parto para o dia 3 de maio! Reserve-se um hospital com banco de sangue! Com banco de leite materno! UTIs prontas para receberem mãe e filha! Nessa data, completariam-se 37 semanas de gestação, e a Manuela já não seria prematura, mas não nasceria a termo.

Aguardávamos ansiosos quando, de repente, um exame deu resultado péssimo: infecção bacteriana grave, perigosíssima para a Manuela! Parto amanhã! Bebê prematura, com grandes possibilidades de ir para a UTI! Mamãe apenas um dia sem anticoagulante, risco de hemorragia! E fomos cedo para o hospital, para que a Vanessa tomasse ao menos 4 horas de antibiótico intravenoso, após uma dose cavalar de antibiótico oral…

Eis que, às 13h28 do dia 25 de abril de 2013, nasce uma bolinha ruiva de 3,050 Kg, chorou logo e foi para o bercinho aquecido. Prematura, portanto com dificuldades normais para se adaptar ao ambiente mais frio e para adequar a respiração, além de risco de hipoglicemia… O papai feliz, mas preocupado com tudo isso, um tanto perdido em meio às enfermeiras e à espera… Mas, logo veio a notícia: a Manuela não precisaria ir para a UTI! Obteve notas 8 e 9 no teste de Apgar! Tudo correra bem na cirurgia e a mamãe também não precisaria receber sangue, nem ir para a UTI! Ela já aguardava a Manuela na sala de recuperação! Que alívio para mim! Agora era só esperar a Manuela se ambientar, a Vanessa se recuperar, e chegar o leite que evitaria a hipoglicemia. Logo fomos felizes para o quarto e, no quarto dia, um domingo, fomos todos felizes para casa, e muito gratos a Deus! Assim que possível, fomos para o Paraná batizar nossa filha em meio aos parentes e amigos de longe. Graças a Deus na sua maravilhosa Providência! Aleluia!