A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota sobre a situação política atual. O texto afirma que “qualquer resposta […] que atenda ao mercado e aos interesses partidários antes que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e desvia-se do caminho da justiça.” Durante a apresentação da nota, Dom Leonardo Steiner disse: “Existem regras para se entrar com um pedido inicial de impeachment. Creio que não chegamos a esse nível.”
Veja a íntegra da nota:
Nota da CNBB sobre a realidade atual do Brasil
“Pratica a justiça todos os dias de tua vida e não sigas os caminhos da iniquidade” (Tb 4, 5)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, nos dias 10 a 12 de março de 2015, manifesta sua preocupação diante do delicado momento pelo qual passa o País. O escândalo da corrupção na Petrobras, as recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Governo, o aumento da inflação, a crise na relação entre os três Poderes da República e diversas manifestações de insatisfação da população são alguns sinais de uma situação crítica que, negada ou mal administrada, poderá enfraquecer o Estado Democrático de Direito, conquistado com muita luta e sofrimento.
Esta situação clama por medidas urgentes. Qualquer resposta, no entanto, que atenda ao mercado e aos interesses partidários antes que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e desvia-se do caminho da justiça. Cobrar essa resposta é direito da população, desde que se preserve a ordem democrática e se respeitem as Instituições da comunidade política.
As denúncias de corrupção na gestão do patrimônio público exigem rigorosa apuração dos fatos e responsabilização, perante a lei, de corruptos e corruptores. Enquanto a moralidade pública for olhada com desprezo ou considerada empecilho à busca do poder e do dinheiro, estaremos longe de uma solução para a crise vivida no Brasil. A solução passa também pelo fim do fisiologismo político que alimenta a cobiça insaciável de agentes públicos, comprometidos sobretudo com interesses privados. Urge, ainda, uma reforma política que renove em suas entranhas o sistema em vigor e reoriente a política para sua missão originária de serviço ao bem comum.
Comuns em épocas de crise, as manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. O que se espera é que sejam pacíficas. “Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e Instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva, que leva ao seu descrédito” (Nota da CNBB 2013).
Nesta hora delicada e exigente, a CNBB conclama as Instituições e a sociedade brasileira ao diálogo que supera os radicalismos e impede o ódio e a divisão. Na livre manifestação do pensamento, no respeito ao pluralismo e às legítimas diferenças, orientado pela verdade e a justiça, este momento poderá contribuir para a paz social e o fortalecimento das Instituições Democráticas.
Deus, que acompanha seu povo e o assiste em suas necessidades, abençoe o Brasil e dê a todos força e sabedoria para contribuir para a justiça e a paz. Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda pelo povo brasileiro.
Brasília, 12 de março de 2015.
Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luis do Maranhão – MA
Vice Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Isto é uma vergonha sem tamanho para os católicos verem a CNBB dar apoio a uma presidente que cometeu crimes fiscais e eleitorais, comprovados pelo TCU, sem contar suas atitudes anti cristãs!!!! Isso é um contra testemunho gritante e perigoso, que afasta os fiéis e escandaliza as pessoas de bem! Sinceramente esperava que a CNBB comunista seria extirpada com D Sergio, mas vejo que não… É desanimador para uma católica praticante e que ama a Igreja ver uma coisa dessas!!! Espero que Deus aja nessa instituição que deveria, mas não representa a Igreja de Cristo!!!
Cara Marcia, ninguém deveria ter vergonha de seu bispo – antes ao contrário, tenhamos vergonha de nós mesmos e de nossa própria culpa. Quanto à nota da CNBB, publicada em março, e ao comentário de D. Leonardo Steiner (aliás, bispo auxiliar de D. Sérgio da Rocha em Brasília), dão ênfase à institucionalidade e, especialmente, ao dever do Estado de cuidar dos membros mais fracos da sociedade – é inolvidável preceito evangélico.
Por favor, antes de criar uma “CNBB comunista”, procure conhecer e estudar o ensinamento da Igreja, que nos chega através dos bispos, que são seus guardiões (II Tm 1,14). Sem eles (ou contra eles), não estaremos jamais em comunhão com a Igreja que o próprio Cristo instituiu.
Pessoalmente, digo apenas o seguinte: não há nenhum crime comprovado, mesmo porquê o TCU não tem poder de julgar as contas da presidência da República. Corremos o sério risco de ter uma presidente destituída e, depois, ver suas contas aprovadas pelo Congresso Nacional. A campanha do impeachment nunca teve como argumento principal qualquer crime de responsabilidade, mas a insatisfação com o resultado da eleição. Agora, se houver processo sobre o impedimento da presidente, então que ele seja conduzido com legalidade (o que parece não estar acontecendo) e de maneira ao mesmo tempo célere e justa, para que prejudique o mínimo possível o povo brasileiro.
Quanto ao posicionamento mais atual da CNBB sobre a questão, foi publicada seguinte nota pela Comissão Brasileira Justiça e Paz:
Para onde caminha o Brasil?
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB, no ensejo da ameaça de impeachment que paira sobre o mandato da Presidente Dilma Rousseff, manifesta imensa apreensão ante a atitude do Presidente da Câmara dos Deputados.
A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum.
O País vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos.
A ordem constitucional democrática brasileira construiu solidez suficiente para não se deixar abalar por aventuras políticas que dividem ainda mais o País.
No caso presente, o comando do legislativo apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado. Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um Presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas.
Auguramos que a prudência e o bem do País ultrapassem interesses espúrios.
Reiteramos o desejo de que este delicado momento não prejudique o futuro do Brasil.
É preciso caminhar no sentido da união nacional, sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável.
O espírito do Natal conclama entendimento e paz.
Carlos Alves Moura
Secretário Executivo
Comissão Brasileira Justiça e Paz
A CNBB devia dar apoio era as instituições públicas, polícia federal, Ministério Público e Justiça Federal. Em ve de estar defendendo políticos mentirosos, corruptos é que afundaram o país num abismo! Devia apoiar políticos Cristãos católicos, tementes à Deus!
A mentira não vem Deus e sim ao príncipe das trevas, esta Sra. mesmo disse que mentiu na campanha eleitoral, mas a hora dela vai chegar, a justiça divina não falha.
Uma vergonha pra nós católicos este comunicado!
Pobre país aquele em que o povo não ouve seus bispos! Quem sabe as palavras serenas de um bispo possam ajudar você a compreender o posicionamento constante da CNBB na crise que o Brasil atravessa: http://www.caritasinveritate.teo.br/2016/03/cnbb-e-contra-o-golpe-bispo-de-crateus-explica-o-porque/